"Pensar é um ato. Sentir é um fato."

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

εїз *A Viagem*

Então, cismei que precisava viajar, pois tinha vindo ao mundo em excursão e estava perdendo a viagem. Mas não poderia ser qualquer viagem: pegar um avião e descer em país estrangeiro. Não. Antes, eu começaria por viajar dentro da roupa, vestindo a camisa do avesso e de trás para frente. Depois, ficaria uma semana viajando no quarto, descobrindo fendas e esconderijos. Entrei no guarda-roupa e fiquei ali, como às vezes faz o Gatildo, meu gato. Acabei me dando conta de que não estava sozinha, que éramos cupins, traças, poeiras e ácaros, todos juntos, ali dentro. Gritei assim: As viagens de Gulliveeeeer. E minha mãe entrou. Isso não foi muito bom porque já tem aquilo da psicóloga atestar o meu desajuste. Depois, gritar dentro do guarda-roupa fechado, só você ali dentro, isso não é bom. Ah, mas querer descobrir um novo ponto-de-vista não é coisa de doido, é? Acho que não. Certa vez, li num artigo de John Ferguson que um ambiente fechado tem mais poeira do que ao ar livre e que, na casa das pessoas, há poeira de todos os locais do planeta, inclusive poeira extraterrestre! Logo, ficar escondida no guarda-roupa seria começar uma viagem interplanetária! (Rita Apoena)

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

εїз *Minha vida sem mim*


"...Esta é você, na chuva.
Nunca pensou que fosse fazer algo assim.
Você nunca se viu como - não sei como descreveria - como uma dessas pessoas que gostam de olhar a lua ou que passam horas contemplando as ondas ou o pôr-do-sol. Deve saber que tipo de pessoas estou falando. Talvez não saiba.



Seja como for, você gosta de ficar assim: lutando contra o frio, sentindo a água penetrar na sua camisa e a sensação do chão ficando fofo debaixo dos seus pés e do cheiro. Do som dá água batendo nas folhas e todas as coisas que estão nos livros que você não leu.
Essa é você.
Quem teria imaginado?
Você."




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sábado, 3 de novembro de 2007

εїз *La Marche de L'Empereur*

"A saga dos pinguins imperadores para a procriação da espécie, em um terreno no interior da Antártica."

Filme vencedor, e merecedor, do Óscar de Melhor Documentário, e também, indicado em outras premiações e categorias, A Marcha dos Pingüins, é um documentário com um roteiro envolvente, belíssima fotografia, e trilha sonora, no mínimo, interessante.
Durante todo o filme, praticamente, só se vê gelo, neve e pingüim, pelo menos é isso que muita gente acha e, portanto, não se interessa em ver por imaginar que vai dormir assistindo. De fato, quem assiste a esse documentário vendo somente as citações acima, provavelmente irá cair no sono. Porém, o filme é muito mais que isso, ele mostra toda a trajetória desses animais para a preservação de sua existência, pra a procriação, para a vida. A forma como a história é conduzida, nos prende a atenção até o final, e nos faz sentir, junto com os pingüins, o frio, a fome, prazer de sentir o mar, e tudo mais.
A fotografia é magnífica, aquela imensidão branca contrastando com o céu azul, dão uma sensação de paz enorme. Às vezes, chega parecer que o fotógrafo pediu aos pingüins que ficassem naquela determinada posição, porque o ângulo é melhor, de tanta perfeição.
A trilha sonora fica por conta de Emilie Simon, cantora francesa que compôs e interpretou as canções deste documentário. Para alguns, a trilha, pareceu não se encaixar muito bem ao filme, já para outros, pareceu perfeita, por dar ritmo ao mesmo, e por ser triste e alegre ao mesmo tempo, mais ou menos como os pingüins. Independente de ter ou não se encaixado com o filme, a trilha, a parte, é ótima, vale a pena ser escutada.
A Marcha dos Pingüins vale muito a pena ser assistido, é um filme sensível, lindo, e te faz refletir para algumas coisas da vida, e é bem difícil não se apaixonar por esses animaizinhos depois de vê-lo.

Segue abaixo um vídeo com uma das músicas da trilha do filme, com algumas cenas do mesmo:

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